quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Desejo a todos os amigos e amigas que fizeram e fazem parte dessa rede
Um ano de 2000 e 11 maravilhoso
Que o tempo, corroborado pela dádiva da reflexão
Possa ser o Senhor de nossas atitudes
E o equilíbrio o gozo pleno d'um viver PLURAL
Nesta vida... implacavelmente SINGULAR.
Obrigado a todos vocês pelo prazer da companhia
E pelo prazer de ter um banco reservado
Nessa maravilhosa academia democrática.
Um forte abraço !
FELIZ ANO NOVO
Chegou o dia 31 de dezembro, e com ele a oportunidade de fazer coisas que durante os 363 dias do ano não foi possível fazê-las.
É neste dia tão memorável que algumas pessoas acordam e vão imediatamente tentando decorar alguns jargões, que, apesar de serem demasiadamente repetitivos carecem sempre de uns ensaios para saírem demasiadamente artificiais.
São frases e orações tão conhecidas que ao escutarem a primeira palavra, alguns ouvintes perspicazes já as interrompem com agradecimentos interceptativos quanto ao seu valor funcional. Afinal, tudo que vem de co-oração, pode se tornar verdadeiro.
“Te desejo tudo de bom esse ano!”
“Que Deus ilumine seus caminhos!”
“Que possamos ter muito dinheiro no bolso!”
“Saúde e paz, é só o que agente precisa. O resto se consegue!”
“Me perdoe por tudo de ruim que te fiz durante todo ano!”
Tudo isto dito com a sonoridade corrompida por uma inundação lacrimal capaz de resfriar o mais resistente sistema orgânico de defesa.
Muito, mas muito interessante também, é a espera pelo momento certo... “O certo é começar a desejar tudo isso exatamente a meia noite. É pra dar sorte, tem que ser na passagem do ano!”
Será? E o que dizer da passagem do ano onde o há Horário de Verão?
Não importa. O que vale mesmo é a tradição.
Na chegada do ano 2000, alguns esperaram o mundo acabar. Esses, com certeza, não tiveram motivação para o tão necessário ensaio de frases e orações, dedicando-se, então, somente às penitencias.
Levando a sério o Apocalipse, os mais fanáticos por farra optaram por romper o ano no Sul, pois, havendo lá “Horário de Verão”, teriam uma hora a mais para “entrarem em água dura”. Enfim, tudo correu bem, e o mundo continua existindo e possibilitando a cada final de ano momentos propícios para a redenção de alguns membros da raça humana.
Seria o dia 31 de dezembro o dia da redenção?
É um consolo saber que se pode pisotear, humilhar, desrespeitar e massacrar o semelhante durante 363 dias do ano, por saber que no 365º, chegará a oportunidade de redimir-se?
Difícil responder. É uma pseudo e ordinária incógnita. Verdadeiramente inquestionável é a existência de pessoas desse tipo, com sensibilidade programada para ser acionada somente no dia da Confraternização Universal.
Sincera e honestamente, para alguns, seria frustrante ficar de fora de uma ação globalizada, ainda que em fuso horário diferentes.
Compreender que de uma forma ou de outra, somos todos da mesma espécie, portanto, susceptíveis ao ridículo em maior ou menor proporção, é algo essencial. Porém, entender posturas exageradamente convenientes e peçonhentas como algo que deve está alheio às pancadas, no mínimo, literárias, é o mesmo que admitir a bestialidade como algo inerente a natureza humana. Pode parecer incrível, mas há os que realmente externam um ataque de sentimentalismo no último dia do ano.
E se são contados 363 dias de ganância e desrespeito em uma vida voltada somente para o individualismo, em hipótese alguma houve lapso matemático. É que no dia 1º de janeiro, essas pessoas ainda estão, sob todos os aspectos, embriagadas; portanto, sem a mínima condição para recomeçar a sacanear o seu semelhante.
Jairo – 11 de abril de 2005.
Marcadores:
alegria,
ano novo,
anomalias,
defecções,
dissimulação,
feliz,
hipocrisia
sábado, 18 de dezembro de 2010
10 a BAFO 100 métrica
Quando passo a enxergar
Os meus próprios supercílios
Percebo que o Black White
Me convida a escrever um poema.
Então...
Com cara de idiota
Me aposso dos poros de um guardanapo
E faço sair de mim
Aquilo que dificilmente será aceito
Apenas pelo som de uma voz.
Mas, como palavras no papel
Se tornam chiques
Empurro goela abaixo
Nos intelectuais de plantão
Tudo aquilo que na oratória
Talvez fosse desprezível
Aos olhos nus dos bem vestidos.
Desta forma,
Viveremos todos bem:
Eu, escarnecendo suas vísceras
Eles, obedecendo fielmente
Ao social.
Jairo Cerqueira
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Excola
Aqueles que avaliam
Às vezes avariam.
E quem tratará
Dessas sequelas?
Lançados ao mundo
Os gados marcados
Comerão apenas ração
No hospital podre
Da carência e vício
Terão drogas genéricas
Em abundância
Para a pseudo cura
Das suas feridas.
Que tipo de legado
Nos deixam
Alguns sábios senhores?
Jairo Cerqueira
Marcadores:
atrazo,
avaliação,
corrupção,
domínio,
imbecilização,
pseudo educação,
punição
sábado, 20 de novembro de 2010
SIMBIOSE
Vi minhas palavras
Deglutidas pelas feras
Na Arena da hermenêutica
Senti o meu pensar
Ser mastigado
E diluído lentamente
Cabeças se fundindo
Convergente e divergente
Lapidavam e corrompiam
As pretensões das minhas letras
Uma mistura fascinante
De idéias foi surgindo
E o que era só uma obra parca
Tomou corpo e se fez viva.
Jairo Cerqueira
Marcadores:
confronto,
hermenêutica,
idéias,
mensagem,
textura
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
MULHER
imagem - teresita.blog.pessoal.com
"Na tela uma Arte
No corpo a Geografia
Na vida... História
No corpo a Geografia
Na vida... História
Vã filosofia
Mera Psicologia
Talvez, psicografia
Mera Psicologia
Talvez, psicografia
No estudo da alma:
Interdisciplinar
É o teu ser...
Interdisciplinar
É o teu ser...
MULHER".
Poema criado a partir de um comentário feito num post
no blog - Diálogos poéticos (Ianê Melo)
Jairo Cerqueira
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Suicídio
Ele possuía um desejo
Tresloucado de viver
Mas...
Cansou de procurar atalhos
Para conseguir essa proeza.
Acorda!
Acorda!!
A corda
Foi seu atalho paradoxal.
Agora
Dorme pendurado
Em seus sonhos.
Jairo Cerqueira
Marcadores:
desejo de viver,
desespero,
entraves,
partida
domingo, 17 de outubro de 2010
Quo Vadis
Quo Vadis
Passeias por veredas tortuosas
Respirando o triste odor de ser humano
Põe fogo em suas pedras preciosas
E suas chamas fortalecem um novo império
Destroça em bacanais os teus castelos
Tragado a cada trago que tu levas
A um ventre cerebral já moribundo
Até que o pó_tente de novo enfraquecer-te
A impotência o levará a sua ruína
Não és um Nero competindo com Narciso
Tampouco Sêneca a prever a tocha humana
Só pedra e pó nesses escombros pirotécnicos
Sem perceber que está sendo vigiado
Acorrentado e preso como os animais
Toda vez que arquiteta as escapadas
A morte espreita e te pergunta:
Aonde Vais?
Jairo Cerqueira
terça-feira, 14 de setembro de 2010
O poder da plebe no horário nobre
Silêncio! Vai começar a novela.
É preciso ter muita atenção para não perder nenhuma cena. Quando ela começa os antenados se enchem de expectativas; suas veias pulsam e logo surgem as indagações, ou pseudo-indagações:
“Será que ele vai ficar com ela?”
“E o filho, é mesmo dele?”
“Eles são realmente irmãos?”
São perguntas feitas com o intuito de ouvirem a uma só resposta, aquela que cada um já trás dentro de si.
Na maioria das vezes, para essas pessoas, o novo faz muito mal: frustra, incomoda e até baixa a auto-estima. Portanto eles esquadrinham o que querem e o que precisam ver e ouvir.
Como resultado dessa arte áudio visual, muitas vezes artificial, tendenciosa, desconcatenada e surreal, surge um tipo de envolvimento popular alienante e aculturado.
Que nenhum autor se ponha a modificar a base dos enredos; se assim o fizerem, serão vitimados pelo baixíssimo nível de audiência e condenados ao esquecimento pela implacável opinião pública. Para que isso não aconteça e desencadeie uma queda de expectativa popular coadjuvada pela existência desses temas genéricos e contumazes, aí vão algumas sugestões aos autores:
Se Ele for o galã... tem que ficar com Ela.
O filho... verdadeiramente tem que ser dele.
- E por fim:
Se eles só se beijaram, menos mal. Mas se transaram...
Peeelo amooor de Deeeeus: não os deixem ser irmãos.
Jairo Cerqueira
03/03/2005
Marcadores:
bestialidade,
cultura,
ibope,
ilusão,
novela,
real,
surreal,
telespectador
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Liberdade "CELADA"
Grades que se ficam ao meu redor
Espaço compilado a me conter.
Como pode nesse mundo tão imenso
Com latifúndios e alqueires prolongados
Ter tantas celas oprimindo e espremendo
Concorrendo com corrente o livre arbítrio.
Me pergunto e te pergunto
Ao mesmo tempo...
Melhor ser livre dentro de um espaço curto
Ou ser um preso numa imensa pradaria?
Então prefiro conversar comigo mesmo
Tomar cuidado; não esbarrar em minha sombra
A me iludir com horizontes mentirosos
Por isso eu verso à marteladas os meus versos
E no reverso desses versos tão perversos
Revelo minhas frustrações às escondidas.
Jairo Cerqueira
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Coronárias náuticas
A minha vida é um mar aberto
Com tempestades e bancos de areia
Sou um velho nauta que o tempo gostou
E mantém vivo por contemplação
Cabelos brancos que o sal tingiu
E a pele crespa que o Sol queimou
Sem foto shop mostram quem sou eu
Vida bandida que em mim habita
Há meio século e duas dezenas
Se regozija quando me perguntam
Por que viajas tanto, tanto, tanto?
Sou um marujo a mapear o tempo
Tenho segredos e vontade plena
A minha alma guarda os meus barcos
Meu coração as pontes de safena
Jairo Cerqueira
Marcadores:
nauta,
sentimento,
sonhos,
tempo,
vivência
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O 1º Ato
O mar estava calmo, sereno... tranquilo
Havia pássaros no céu
A brisa sussurrava em meus ouvidos
Revelando que viriam novidades
O Sol ia se pondo e lamentando
Não poder está presente no momento
A lua ia chegando sorridente
E se juntando às estrelas ansiosas
Os casais de namorados se espantavam
Alguma coisa acontecia àquela hora
E nesse dia diferente e eletrizante
Sem me dar conta que a praça é dos amantes
Sem nenhuma pretensão te conheci.
Jairo Cerqueira
Marcadores:
acontecimento,
amantes,
encontros,
nós dois
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Amor (PL) 'atômico'
No incomensurável espaço existente
Entre o peito e o cérebro
O coração e a razão travam batalhas.
Nesse momento, explosões moleculares
Levam o homem a um tremendo desvario
E um sentimento que aos poucos se desintegra
E com o vento se desmancha no sem fim
Às vezes volta com o vento que o leva
Recompondo-se como adubo
Nas areias de um jardim.
Não há por que se esquivar de um desejo
Quando ele é puro, inequívoco e singular
Só os covardes criam terríveis obstáculos
Impedindo o coração de se expressar.
O que essa química abstrata trás implícita
É a confissão de uma pedra
Que bombeia um amor pleno
Que na mistura homogênea
Entre o belo e o obsceno
Realiza sem temor o seu desejo de amar.
Porém se um dia esse amor fragmentar-se
E no universo espalhar-se bruscamente
Havendo só uma partícula em meu peito
Será o bastante pra eu te amar eternamente.
Jairo Cerqueira
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Três cenas cotidianas
Um homem sentado à mesa.
Copo cheio, garrafa ao meio,
Cigarro à mão.
Fumaça que sobe,
Cachaça que desce...
Prazer, ou não?
Outro a espreitar na esquina
Revólver à cintura,
Sua mira é certeira,
Momento de pânico, dois braços que sobem...
La se foi uma carteira.
Um operário vendendo o suor
Na busca desesperada
Pelo mínimo salário.
Sofrimento, revolta e luta,
Mais um dia de labuta, com um patrão ordinário.
Três cenários diferentes,
Uma vida atribulada.
O vício, o crime e a miséria
Caminham na mesma estrada.
Jairo Cerqueira
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Gene
Um comportamento infame
Um descaso consigo mesmo
E o senso crítico aguçado
De uma sociedade asquerosa.
O seu ‘EU’ manifestado
Sem pudor e ao desmazelo
Gera opiniões sutis.
Por conseqüência
Mais pancadas sociais.
_ Reflexão
_ Angústia
_ Lágrimas
_ Mea culpa
Em meio àquela autoflagelação
Pairava o olhar atônito da genética
Sem entender patavina.
Marcadores:
auto flagelo,
impotência,
inato,
nato,
natureza
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Desconhece-te a ti mesmo
Quando Pítia, em transe
Foi usada por Apolo
Uma noção dúbia
Penetrou num crente
Que visitava o Oráculo.
Mas seu coração acionado
Emocionou a razão
E a dubiedade comprimida
Se transformou em certeza.
Assim, professou-se a fé.
Mas o meu corpo em êxtase
Ao ser negado por Ela
Vendo a razão sendo viva
Num coração sem cabeça
Tornou-se forte e seguro.
Favorecendo a mim mesmo
A negação diluiu-se
E mascarada num véu
Me embriagou de esperança.
A isso, chamou-se querer.
No Delfos dessa loucura
A paixão, a fé e a ‘querência’
São providências distintas
De um coração desejoso.
Jairo Cerqueira
Marcadores:
conhecendo,
delfus,
desconhecendo,
fé,
querer
segunda-feira, 19 de julho de 2010
O Poder bajulador
por Amanda Mara- Moment In Time...
Ele esqueceu que podia viver pra si e se dispôs a viver pra o chefe. Concluiu o segundo grau, mas graduou-se com louvor na arte da bajulação. Esguio, forte e musculoso, dedica-se diariamente ao trabalho intelectualmente ‘braçal’: assim, passa a vida a “puxar sacos” e, com o fruto desse suor, defende veementemente o seu sustento. Cuidadoso ao extremo, está sempre atento e pronto para falar com rigidez, “SAÚDE!!!”, antes de um provável “atchim!” do seu querido patrão. Sua postura é altamente fabulosa, é de deixar qualquer Pato Donald furioso, enciumado e depressivo. Sua fala eloqüentemente semântica está sempre pronta para defender, com unhas e GENGIVAS, as besteiras proferidas pela parca intelectualidade do seu ídolo. Mas, ele é craque mesmo é no “POIS, É!” O que seria dele sem essa exclamação? É nela que está o seu deleite; a repetição contínua dessas duas palavrinhas é uma forma d'ele participar de qualquer diálogo de cúpula, e ao mesmo tempo não dizer absolutamente nada palpável.
Assim, ele vai vivendo, morrendo de amores pelo chefe. Sim! Pelo chefe; aquele a quem ele escolheu para criar e cultivar vínculos convenientes para viver uma vida maliciosamente dependente. É realmente um homem – um bicho homem -, um animal que pela sua força e vigor físicos, vive a “puxar sacos”. Em sua existência, uma peculiaridade: sua dieta se resume apenas ao consumo de ovos. Porém, por não possuir 75% da sua arcada dentária, passa a vida a babá-los.
Jairo Cerqueira
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Desfragmentação mental
Numa mesinha de bar
Um copo meio cheio
Uma cerveja que fala
Um olhar calmo rumo ao horizonte
Uma CPU em transe desfragmentativo
Se deleita com os ultravioletas
Enquanto o seu lento rebuscar de arquivos
Tenta a centralização de que é SER.
Pássaros, ventos, ondas sobre o cais
Barcos que deslizam sobre a pele salgada do mar
E o Sol acabando de se pôr ao NORTON do globo
Determinava o final da ação do antivírus
Que vasculhava ferozmente
As inutilidades verbais adquiridas
Pelos impiedosos tsunamis midiáticos.
Jairo Cerqueira
Marcadores:
ante vírus,
cérebro,
desfragmentação,
mídia
terça-feira, 6 de julho de 2010
O andarilho e o modismo
Ele caminhava triste e solitário pelas ruas,
E alguém o saudava por modismo:
__ Como vai você?
E ao parar para dizer que estava cheio de problemas,
Viu que o indagador já se encontrava bem distante.
Ele segue então o seu caminho, e ao encontrar outra pessoa
Evita ser indagado, portanto, avança e cumprimenta:
__ Como vai você?
Alguém subitamente responde:
__ Estou ótimo!
Aproveitando-se daquele momento “propício”
O necessitado pede de forma comovente:
__ Poderia então o amigo me dar uma ajuda?
E a reação do “otimista” foi sarcástica:
__ Se você souber dos meus problemas, você chora!
Sem muito entender; carente e isolado em seus problemas
O andarilho chora...
Logo, alguém que observava o diálogo,
Vendo-o chorando pergunta-lhe curioso e desavisado:
_ Como adivinhou o problema daquele homen?
E nesse momento, o necessitado andarilho, simplesmente
Enlouquece.
Jairo Cerqueira
Em: um dia qualquer de 2002.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Desejos
Quero explorar a geografia do seu corpo
E passar por caminhos já percorridos (não me importo!).
Então poderei perceber que neles
Existem trechos que não foram tão levados a sério.
Aí, provavelmente alguém como eu...
Que buscou por muito tempo fazer esta viagem
Descobrirá junto contigo, que em nossas vidas...
Existem encontros inevitáveis.
E em nossos corpos, prazeres alucinantes.
Jairo Cerqueira
Assinar:
Postagens (Atom)