quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Filosofar é preciso, banalizar não é preciso.



             

 Nada melhor que discutir os fatos, apresentar idéias, decompor e recompor as “verdades” que herdamos de um sistema ideológico que nos impõe o que fazer e nos oculta o não dito. Neste aspecto, contrariando a norma lingüística, filosofia não rima com ideologia. O amor ao conhecimento nega e dispensa a o outro termo essa vil combinação de sufixos e vai diretamente buscar o inacessível aos olhos, a essência do saber, já que o que visível, muitas vezes é a negação do que aparenta ser.
Sendo a filosofia o melhor remédio contra a mediocridade com a vantagem de não possuir efeitos colaterais, a receita necessária para filosofar é o desejo de sair do lugar comum: ele é ridículo, mesquinho, reduzido, e o pior de tudo é que ainda é comum. É como dar bom dia a alguém todo o dia sem ao menos mudar o tom da voz. Também é participar de um diálogo e reduzir seu discurso a um mísero, “Também acho”, típico de alguém que a nada procura; sem esquecer do “Pois é”, no qual o indivíduo não fica calado e ao mesmo tempo não diz porra nenhuma.
O ser humano precisa argumentar, questionar, e tudo isso é inerente ao desejo de conhecer. Em certo lugar, havia um homem que sentia muita fome e mesmo estando ele próximo a uma feira livre, tendo em suas mãos uma moeda, continuava a padecer. Ele só conhecia um lado dela, e para seu azar, era o lado da efígie (ou Cara, como é mais conhecida). Portanto não conhecia os seus poderes de compra e de questionamento. Foi quando a filosofia apareceu e retirou-lhe as viseiras que o fazia enxergar em linha reta. Aí, ele não só passou a conhecer o outro lado da moeda, mas também percebeu que entre os lados havia uma borda. Foi então que num surto de análises profundas, atinou para o fato de que era justamente na borda que estava o diferencial.




    Jairo A. de Cerqueira 29/03/2006.

3 comentários:

Léia disse...

Jairo.. gostei muito do seu texto!
A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não há soluções definitivas para um grande número de questões. Entretanto a filosofia habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta...

Léia disse...

Jairo.. gostei muito do seu texto!
A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não há soluções definitivas para um grande número de questões. Entretanto a filosofia habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta...

Jairo de Salinas disse...

Grato, Léia. Vejo a filosofia como uma forma de limpar as nossas retinas para que só assim, possamos enxergar as coisas que sem ela, a filosofia, nos são imperceptíveis.
Bjs.