terça-feira, 24 de agosto de 2010

Coronárias náuticas

                              

                                                
                                  

A minha vida é um mar aberto
Com tempestades e bancos de areia
Sou um velho nauta que o tempo gostou
E mantém vivo por contemplação

Cabelos brancos que o sal tingiu
E a pele crespa que o Sol queimou
Sem foto shop mostram quem sou eu

Vida bandida que em mim habita
Há meio século e duas dezenas
Se regozija quando me perguntam

Por que viajas tanto, tanto, tanto?

Sou um marujo a mapear o tempo
Tenho segredos e vontade plena
A minha alma guarda os meus barcos
Meu coração as pontes de safena



Jairo Cerqueira

2 comentários:

Bípede Falante disse...

Jairo, que lindo a alma guardar os barcos. Muito mesmo.
Bj.

Gerana Damulakis disse...

Muito bonito, Jairo. "A minha alma guarda os meus barcos" é um verso extraordinariamente bonito.