domingo, 17 de outubro de 2010

Quo Vadis



                      Quo Vadis

Passeias por veredas tortuosas
Respirando o triste odor de ser humano
Põe fogo em suas pedras preciosas
E suas chamas fortalecem um novo império
Destroça em bacanais os teus castelos
Tragado a cada trago que tu levas
A um ventre cerebral já moribundo

Até que o pó_tente de novo enfraquecer-te
A impotência o levará a sua ruína
Não és um Nero competindo com Narciso
Tampouco Sêneca a prever a tocha humana
Só pedra e pó nesses escombros pirotécnicos

Sem perceber que está sendo vigiado
Acorrentado e preso como os animais
Toda vez que arquiteta as escapadas
A morte espreita e te pergunta:
Aonde Vais?

Jairo Cerqueira

6 comentários:

Sérgio Araújo disse...

E aí, meu amigo. "Aonde Vais?"
Uma das questões fundamentais da existência humana. "Só pedra e pó nesses escombros pirotécnicos." Belo texto.
Abraço.

Bípede Falante disse...

Jairo,
Nem sei o que comentar. Porque a vida é bem assim só que sem a beleza da poesia.
bj

Art'palavra disse...

Meu querido Jairo de Salinas: sua poesia pergunta e eu digo que quero/preciso ir para Yvy Marãey - a "a terra sem males", como nos ensina o mito dos parentes guarani.
paz em ñanderu, Grauninha

Gerana Damulakis disse...

Nossa, um poema e tanto, impactante.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Sem perceber que está sendo vigiado
Acorrentado e preso como os animais
Toda vez que arquiteta as escapadas
A morte espreita e te pergunta:
Aonde Vais?


GRANDE FINAL,ISSO QUE EU CHAMO DE POETA DE VERDADE, PARABÉNS, ADOREI ESTAR AQUI, OBRIGADA POR SUA MENSAGEM,EFIGENIA

Juscelino Mendes disse...

E depois da pergunta, gargalha e diz: "Venha cá... retorne à sua insignificância...".

Excelente!

Abraços.