Embriagado de necessidades
Desesperado pelas carências
Saio à rua a divagar
E devagar vou derramando
As sobras do que me faltou
Expiro, penso, reflito:
“Acho que morri... um pouco”! (não muito)
Aproveito o que ficou desse óbito inacabado
E então, enfraquecido e impotente
Vou aos poucos me refazendo
Suspiro, tenso, conflito:
“Acho que não morri... ainda”!
Ressaqueado de necessidades
Acalmado pelas carências
Entro na rua devagar
E rapidamente vou catando
As faltas do que me sobrou
Aproveito o que restou dessa vida inacabada
E então, fortalecido e potente
Vou aos poucos me desfazendo
Respiro, denso, admito:
“Acho que não vivi... plenamente”!
Jairo Cerqueira
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