sábado, 13 de fevereiro de 2010

Células do mal

               Eu vi corpos que padeciam
              Em leitos desconfortáveis
              Matérias desfiguradas
              Contrastando com o passado
              Eu vi o riso sem graça
              Na face cônscia do sofrimento
              Gemidos que se espalhavam
              Num som que cheirava éter
              Corpos frágeis ansiavam
              A droga paliativa, a química cruel
              Tudo incomodava
              Até a alegria momentânea doía
              Os fortes ali são fracos
              Os ricos são todos pobres
              Os céticos passam a ser crentes

              Todos são pedintes, necessitados
              Todos são gente... e gente não é nada.

              No Aristides Maltês
              Eu vi a morte ceifando vidas.
                                                                    

                                       Jairo Cerqueira
            

 

                       
          

3 comentários:

Léia disse...

Menino, menino.. tem que se cuidar.. não dá pra brincar com a saúde.. a vida é boa demais! E vc terá muiiiittttoooooooossss anos de vida! e vai poder aproveitar com as pessoas que vc ama!
Abçs e tudo de bom pra tí

Jairo de Salinas disse...

Esse texto foi feito quando fui visitar a minha mãe, já falecida, num hospital. Ela não resistiu ao Linfoma.
bj.

Lou Albergaria disse...

Que poesia forte, densa, demasiadamente humana! De tão cruel chega a ser sublime!

Adorei sua opinião sobre meu poema PESSOAS e ESQUINAS. Você foi o primeiro poeta a fazer uma 'análise técnica' do poema pra mim. Adorei! Muito obrigada pelo carinho!

Quando digo que você me ensina muito é verdade!

Super beijo!!!