O morcego que sugou o teu sangue
Propagou que ele era insípido
E se arrependeu profundamente
De Ter seus glóbulos nos dentes
O abutre lançou fora
Toda carne que houvera consumido do seu corpo
E agora entristecido, amaldiçoou a si próprio
Depois de achar-te intragável
A natureza rejeitou como adubo
O seu mísero e pútrido cadáver
Não quis corromper a terra
E oportunizar sob qualquer forma
Um provável retorno seu
Agora, criatura, tens como companheira a solidão
E nessa dimensão hermética para os vivos
Aguarda que as portas de um tribunal
Venham a se abrir e em fim possas ser julgado
Pelo crime que se dedicou a cometer
Durante quase toda a sua existência
Ter aliciado muita gente a crer e amar
O ser humano que você nunca foi.
Jairo Cerqueira
0 comentários:
Postar um comentário