segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Amor (PL) 'atômico'

                  
                                    




                 No incomensurável espaço existente
                 Entre o peito e o cérebro
                 O coração e a razão travam batalhas.
                 Nesse momento, explosões moleculares
                 Levam o homem a um tremendo desvario
                 E um sentimento que aos poucos se desintegra
                 E com o vento se desmancha no sem fim
                 Às vezes volta com o vento que o leva
                 Recompondo-se como adubo
                 Nas areias de um jardim.
                 Não há por que se esquivar de um desejo
                 Quando ele é puro, inequívoco e singular
                  Só os covardes criam terríveis obstáculos
                 Impedindo o coração de se expressar.
                 O que essa química abstrata trás implícita
                 É a confissão de uma pedra
                 Que bombeia um amor pleno
                 Que na mistura homogênea
                 Entre o belo e o obsceno
                 Realiza sem temor o seu desejo de amar.
                 Porém se um dia esse amor fragmentar-se
                 E no universo espalhar-se bruscamente
                 Havendo só uma partícula em meu peito
                 Será o bastante pra eu te amar eternamente.


                                              Jairo Cerqueira
                  

4 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Um poema para ser lido em voz alta. E, chegando ao final, vai ganhando em lirismo. Belo.

Suzi. disse...

Um poema para ser relido, várias vezes... Guardarei nos meus favoritos. (:

Jairo Cerqueira disse...

Gerana e Suzi:
Concordo com vocês!
Bjs.

Mily Menos 35 Kgs OFF disse...

Jaime,

Bela poesia, li e reli varias vezes, e quanto mas lia, mas me via e enxergava o que vivo...
É a briga direta ou indireta com o nosso lado emocional e o racional.
Parabéns!!!
Grande abraço