sábado, 3 de abril de 2010

Qu(c)otidiano

                                         

Observando pessoas e coisas
Organizei meus pensamentos
É meio difícil achar essa trégua
Os homens parecem bichos
E os bichos assemelham-se às coisas
Quando os homens parecem bichos são coisas repugnantes
Quando os bichos parecem coisas viram peças na estante
E o que é o homem nesse instante?
Medíocre bicho pensante
Quanta celeuma da ciência para entender a raça humana
São apenas bichos que falam, são bestas que amam e enganam
Homens, bichos e coisas, história e filosofia...
Nada é pura verdade para o olho que desconfia
A tão venerada casta pensante
Sobrepõe-se aos outros seres e se vê dominadora
Não contentada com tão pouco  sobrepõe-se a si mesma 
Dentro do rol dos pensantes o irracionalismo divide, gerando a subtração
Nessa equação ordinária, a ciência se mantém viva, curiosa e eloqüente
Homens, bichos e coisas, história e filosofia...
Nada é pura verdade para o olho que desconfia


Texto escrito em Mar Grande – Ilha de Itaparica.



                               J a i r o   (2002)

3 comentários:

Evas Marias e Clarices disse...

Ah! Amigo. Como gostar de vir por essas páginas... Aqui parece que tudo tem uma razão de ser. Nada é por acaso, descuido. Nada é excessivo, tudo na medida. raro! Quanto a crônica: Maravilha de argumentação e conclusão. Eu, um tanto aprendi a andar de olhos fechados, questão de sobrevivência. Nesta história toda lamento mais pelos bichos, são coisificados pelo homem, não têm escolha.

Greyce Kelly Cruz disse...

Feliz Páscoa a vocÊ!
Abraços!

Jairo Cerqueira disse...

Clara e Gookz, obrigado pela visita.
Valeu!