Quando Pítia, em transe
Foi usada por Apolo
Uma noção dúbia
Penetrou num crente
Que visitava o Oráculo.
Mas seu coração acionado
Emocionou a razão
E a dubiedade comprimida
Se transformou em certeza.
Assim, professou-se a fé.
Mas o meu corpo em êxtase
Ao ser negado por Ela
Vendo a razão sendo viva
Num coração sem cabeça
Tornou-se forte e seguro.
Favorecendo a mim mesmo
A negação diluiu-se
E mascarada num véu
Me embriagou de esperança.
A isso, chamou-se querer.
No Delfos dessa loucura
A paixão, a fé e a ‘querência’
São providências distintas
De um coração desejoso.
Jairo Cerqueira
7 comentários:
Gostei dessa sua visita à Hélade.
Esqueci de dizer no comentário anterior que o lance da baba do personagem (o que puxa-saco do déspota chefe) acabou me fazendo rir e, depois, me senti culpada por rir do coitado.
Jairo, que belo poema, cheio de estranhezas, dessa estranheza que se parece com as da gente, que vive sempre procurando o que não precisa.
Gerana e Bípede, suas passagens por aqui deixam rastros culturais indispensáveis ao prosseguimento literário nesse blog.
Bjs.
Fé e desejo:não há nada que queime como a fusão de tais grandezas.
Isso dá uma boa fogueira de São João.
Jairo,
aqui completo o tanque.
Abraço.
Ricardo
de corações desejosos eu entendo bem...
gostei extremamente da sugestão
e já a cumpro antes de conhecÊ-la
desconheço a mim mesma desde sempre...
Ricardo e Kelly:
Valeuuu!
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