por Amanda Mara- Moment In Time...
Ele esqueceu que podia viver pra si e se dispôs a viver pra o chefe. Concluiu o segundo grau, mas graduou-se com louvor na arte da bajulação. Esguio, forte e musculoso, dedica-se diariamente ao trabalho intelectualmente ‘braçal’: assim, passa a vida a “puxar sacos” e, com o fruto desse suor, defende veementemente o seu sustento. Cuidadoso ao extremo, está sempre atento e pronto para falar com rigidez, “SAÚDE!!!”, antes de um provável “atchim!” do seu querido patrão. Sua postura é altamente fabulosa, é de deixar qualquer Pato Donald furioso, enciumado e depressivo. Sua fala eloqüentemente semântica está sempre pronta para defender, com unhas e GENGIVAS, as besteiras proferidas pela parca intelectualidade do seu ídolo. Mas, ele é craque mesmo é no “POIS, É!” O que seria dele sem essa exclamação? É nela que está o seu deleite; a repetição contínua dessas duas palavrinhas é uma forma d'ele participar de qualquer diálogo de cúpula, e ao mesmo tempo não dizer absolutamente nada palpável.
Assim, ele vai vivendo, morrendo de amores pelo chefe. Sim! Pelo chefe; aquele a quem ele escolheu para criar e cultivar vínculos convenientes para viver uma vida maliciosamente dependente. É realmente um homem – um bicho homem -, um animal que pela sua força e vigor físicos, vive a “puxar sacos”. Em sua existência, uma peculiaridade: sua dieta se resume apenas ao consumo de ovos. Porém, por não possuir 75% da sua arcada dentária, passa a vida a babá-los.
Jairo Cerqueira
3 comentários:
E não é que ele consegue ser pior que o chefe, ainda que este seja um verdadeiro tirano?
O 'babão' é um ser humano de menos, alguém que não assumiu a própria existência; vive de escoras e tapinhas nas costas.
Lamentável.
Quanto ao texto, maravilhoso.
Mais um do inquieto pensador.
Abraço.
Ricardo
Um TIRANO
Outro... TIRANDO
Um abraço Ricardo.
Tipos reais, o mundo está cheio de déspotas.
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