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terça-feira, 25 de maio de 2010

Viagem helicoidal






Saiu de um túnel escuro

Rodopiando feito louca

Penetrou num mundo louco
Sem as suas vestes cilíndricas
Rompeu moléculas de oxigênio
Esmagou ácaros e bactérias
E delirou com a rapidez dos fatos
Viu pessoas, casas e ruas
Não foi vista por ninguém.
Não dimensionou o quanto foi cruel
Ter saído do seu mundo, ou pior...
Ter entrado nele.

Cravou no peito de um ser vivente
Embriagou-se com sangue venoso

E sem entenderem a essência do fato

Partiram juntos sem saber pra onde

Morreram juntos sem saber por quê.

Maldito seja o dedo cruel que apertou o gatilho.


Jairo Cerqueira