O Sol aquece o som dos passarinhos
O vento leve a carregar as folhas
Meninas magras caminhando a esmo
E uma senhora a falar ao padre.
Um cego triste a violar canções
Num armazém de porta escancarada
E um quase bêbado a falar de mim.
A vida passa sem ser percebida
Pessoas vivem sem sequer dar conta
Que o tempo voa, mas retorna lento
Quando o amanhã é somente rotina.
Num calendário sem perspectivas
O Sol se esconde ao som de alguns insetos
O vento esfria... e agora chove.
Jairo Cerqueira
10 comentários:
E eu aqui da minha janela, a espiar como ocorre tua poética, teu olhar minucioso sobre o tempo, sobre o passo do homem, descendo e subindo o relevo do cotidiano.
É sempre um grande evento: o filósofo, o poeta, o homem.
Linda imagem.
Abração.
Ricardo.
Legal, Jairo. Belo quadro. Uma cantiga da rotina dos dias em que o tempo se esvai.
Muito bacana, o poema criou uma imagem perfeita diante de mim: rotina, mesmice, algo de abafado, e a chuva vem renovar para depois tudo recomeçar.
vida sem perspectivas?
pode-se dizer?
Grande amigo Jairo,
Rapaz você tem a mágica de nos trasportar aos lugares que descreve. Como sempre, muito bom!!
Abraços,
R. Marcchi
Meu querido Jairo: coisa rara de ver um soneto que traduz um olhar sobre o cotidiado. Parabens. Gosto do seu blog. Bjos.
Caríssimo poeta! Belas ruas de pedra, pessoas sentadas vendo as horas passar, apenas a observar... vida que segue...
Lindo seu poema! Parabéns
(P.E)
Ricardo,Sergio e Marcchi: seus comentários são um luxo. Um abração!
Gerana, Gookz e Grauninha: Luxo é pouco pra vocês. Eu diria que...
é um privilégio luxuoso tê-las por aqui. rsrs
Um abraço.
Anônimo: boas presenças independem de identidade. Apareça sempre!
Um abraço.
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