No incomensurável espaço existente
Entre o peito e o cérebro
O coração e a razão travam batalhas.
Nesse momento, explosões moleculares
Levam o homem a um tremendo desvario
E um sentimento que aos poucos se desintegra
E com o vento se desmancha no sem fim
Às vezes volta com o vento que o leva
Recompondo-se como adubo
Nas areias de um jardim.
Não há por que se esquivar de um desejo
Quando ele é puro, inequívoco e singular
Só os covardes criam terríveis obstáculos
Impedindo o coração de se expressar.
O que essa química abstrata trás implícita
É a confissão de uma pedra
Que bombeia um amor pleno
Que na mistura homogênea
Entre o belo e o obsceno
Realiza sem temor o seu desejo de amar.
Porém se um dia esse amor fragmentar-se
E no universo espalhar-se bruscamente
Havendo só uma partícula em meu peito
Será o bastante pra eu te amar eternamente.
Jairo Cerqueira
4 comentários:
Um poema para ser lido em voz alta. E, chegando ao final, vai ganhando em lirismo. Belo.
Um poema para ser relido, várias vezes... Guardarei nos meus favoritos. (:
Gerana e Suzi:
Concordo com vocês!
Bjs.
Jaime,
Bela poesia, li e reli varias vezes, e quanto mas lia, mas me via e enxergava o que vivo...
É a briga direta ou indireta com o nosso lado emocional e o racional.
Parabéns!!!
Grande abraço
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